segunda-feira, 29 de junho de 2009

Já falta pouco




As aulas do dia terminaram; as da noite continuam até ao dia 24.
Tem que ser mesmo a passo de caracol e não desanimar...
Já começava a sentir-me cansada dos "garotos" e do barulho e agitação.
Com as obras temos um berbequim sempre a furar uma qualquer parede, algures na escola.
À noite, estão quase em fase de conclusão os trabalhos a propósito da sustentabilidade, nas turmas EFA4 e EFA7.
Na turma EFA2, só com 2 horas, por semana e com feriados, às vezes, pelo meio, não se nota tanto a existência de um fio condutor.
Mas lá vamos indo; também a terminar correcções a trabalhos sobre "boas práticas" na relação com crianças e nas diversas formas e ambientes de socialização.

Não mando trabalhos de casa, aos meus alunos da noite. É ponto assente! Aprender a aprender ou a prender a fazer (bem) é comigo ao lado, e com um, de cada vez. Há ritmos diferenciados, quando estamos com trabalhos também diversificados.
Por essa razão, alguns vão terminando.
Aqui, ficam alguns dos já concluídos.
Tentamos dar o nosso melhor.





Prevenção Saúde - Teresa EFA4

sábado, 27 de junho de 2009

Nos finalmentes...



Cá vamos, a caminho do final do ano lectivo.
Nos cursos da noite, terminamos um pouco mais tarde. Já começo a ficar cansada, arrasto-me,...mas o que tem que ser tem muita força.
Portanto, mais um bocadinho.
E, depois, em Agosto, finalmente, Moledo.
E, no dia 1 de Setembro, novamente aulas.
E ainda dizem que os professores têm dois ou três meses de férias!!!
Nas minhas turmas, os alunos (embora sejam mais mulheres) vão concluindo os trabalhos sobre questões associadas à Sustentabilidade.
Não estava previsto que fosse assim, mas a inexistência de Internet ou enciplopédias, por causa das obras, obrigou a uma reformulação à pressa.
Vou continuar a colocar os trabalhos das EFA4 e EFA7, à medida que mos forem entregando.
Depois, com mais tempo e ao longo de Agosto, colocarei outros trabalhos e sumários de todas as turmas.
Continuo, penso eu, com a EFA2, no próximo ano.
Depois se verá quais me são atribuídas.
É um futuro muito distante...







Rosa EFA7
Impacto Ambiental



e uma canção do Fausto
Rosalinda


segunda-feira, 15 de junho de 2009

Um planeta azul

Cá estamos!
Vinha com receio que o Miguel já não me fizesse o sorriso do costume, depois de 5 dias de ausência.
Receio injustificado.
Hoje, quando chegou, sorriu abertamente ... primeiro, para as gatas, claro, e, depois, para mim.
Está certo!


A vida tem andado agitada pela escola; são as obras de requalificação, é o ano lectivo a chegar ao fim e a mista de concurso/eleição do novo Director.
Comecei a dar aulas, em 1974; tinha 19 anos e o meu pai teve que me dar emancipação!
Ainda fui recebida por um Director.
Simpático, por acaso.
Agora, ao fim de 34 anos, regressamos ao sistema do Director que escolhe todos os coordenadores de estruturas de gestão intermédias.
O único órgão que é eleito pelos professores é o Conselho Geral.
Foi, portanto, eleito o Director da minha escola; aliás, Directora, Manuela Machado, actual vice-presidente.
Foi candidata juntamente com outros dois professores; um da nossa escola e a outra pertencente a outra escola.
Eu integro este Conselho Geral que a elegeu, juntamente com mais seis professores, dois representantes do pessoal não-docente, três representantes da Autarquia, quatro representantes das associações de pais e encarregados de educação, 2 representantes de instituições, organizações e actividades de carácter económico, social, cultural e científico.
Estas decisões são sempre difíceis, sobretudo, agora, em que parte desta responsabilidade
cai, apenas, sobre 7 professores.
Estamos sujeitos, também, às críticas dos outros colegas.
Porque não soubemos escolher... É um risco.
Mas, enfim, esperamos que tudo corra bem.
O mandato é de 4 anos.
Quem se candidata sabe que corre o risco de perder...
Mas se as pessoas não assumissem desafios, nada evoluiria ou mudaria.
Dou, portanto, os meus parabéns a quem se candidata.

Mudando de assunto...
Este mês acumula-se o trabalho porque há imensos feriados (não me queixo!).
As turmas finalistas do 2º ano andam atarefadas com a conclusão dos temas que escolheram sobre a Sustentabilidade deste nosso planeta, 3º a contar do Sol.
Ainda não tenho nada actual para, aqui, colocar. Vou concluindo a pintura desta casa simples, com poemas e canções a propósito da Terra, do azul do Céu, da Paz.
A passo de caracol, claro!
Num planeta ainda azul ... mas ainda sem paz.

Rosa de Hiroshima

Composição: Vinícius de Moraes / Gerson Conrad

Ney Matogrosso


Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada


A Paz

Composição: Gilberto Gil & João Donato

Gilberto Gil


A paz invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais

A paz fez um mar da revolução
Invadir meu destino; A paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz

Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz

Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"

domingo, 14 de junho de 2009

Heraklion-parte 2-O regresso



Voltei.
Foi no dia 13, não era sexta-feira, mas ninguém diria...
Logo pelas seis da manhã (oito, de cá), o taxista que nos foi buscar ao hotel Capsis Astoria (agradável e bem localizado, caso interesse a alguém), não conseguia abrir a mala do carro para meter a bagagem de 3 pessoas.
O Manel levou um jovem bolseiro, com ele, de nome Ricardo.
O taxista tentou uma vez, tentou duas vezes, tentou três vezes. Já tinha os dedos com sangue de tanto tentar. Foi pedir uma ferramenta à recepção do hotel e voltou. Tentou, novamente, infrutiferamente.
E o tempo a passar.
Acabou por meter as bagagens no assento de trás do carro. Nós lá nos apertámos, no banco.
Viagem rápida até ao aeroporto de Heraklion.
Aí, primeiro contratempo; impossível despachar bagagem para o Porto.
Seria preciso recolher a bagagem em Atenas e novo check-in.
Atenas, um cigarro ao ar livre.
Bicha enorme para check-in. Uma demora imensa para perceberem que queríamos a bagagem para o Porto.
Às tantas, já tínhamos três funcionários a tratar do nosso problema; três a olharem para o computador. Aparentemente, não percebiam o que viam
E a imensa bicha, atrás de nós, a aumentar. E nós, a sermos comidos vivos por olhos americanos, japoneses, italianos. E nós sem culpa nenhuma da incompetência ou ignorância daqueles 6 olhos intrigados dos 3 funcionários dessa companhia de aviação que dá pelo nome de Aegean Airlines.
Lá se desenvencilharam; sempre a sorrir, mesmo quando não dão conta do recado.
Sorria! Está a ser filmado! Competência fica para depois...
Uma pausa anti stress, antes de entrarmos para o local de embarque e para um pequeno-almoço; para mim, um último frappée.
Passagem pelo controlo da roupa, dos sapatos, da carteira, dos atacadores dos sapatos; implicaram com a minha agulha de crochet, mas lá ma deixaram passar.
Mudança de porta de embarque, ao fim de meia hora de espera.
Lá nos mudámos. Sem explicações. Somos bem mandados...
Nova porta de embarque; mais meia hora de espera.
Já com atraso; sem explicação de motivo.
Finalmente, lá fomos entrando, a passo mais lento do que o do caracol.
Parece que nesta agência têm problemas de literacia no que toca a meter os bilhetes na máquina de leitura do código de barras.
Talvez fosse melhor porem um visto a vermelho ou azul marinho.
O jovem palerma de fato escuro, com ar de executivo que se acha indispensável no seu importantíssimo papel de validar o bilhete de embarque resolveu achar que o Manel tinha um ar suspeito, de cigano mal enquadrado ou talvez de primo afastado do Bin Laden ou familiar do bispo ortodoxo (será?) lá da terra
Folheou uma a uma as páginas do passaporte; de cada vez que folheava e via os países por onde aquela pessoa estranha andara, levantava os olhos na direcção do Manel e continuava a folhear.
E o atraso já grande a aumentar, graças àquele trabalho escrupuloso de ver uma coisa que já tinha sido vista pelas caixas de RX e pelo apalpar dos passageiros, por parte dos colegas...
Eu, já de trombas, a falar sozinha, a perguntar donde teria saído aquela nova abécula, espécie de idiota, que (imagino eu) pensa que qualquer ser humano de cor um pouco mais escura é, certamente, pessoa a avaliar com redobrado receio.
Por questões de segurança, claro!!
Digamos que o tal jovem palerma e imberbe, predisposto, desde cedo, a desconfiar dos vários tons de pele, nunca se deve ter olhado ao espelho porque não tinha pele clara, como a da minha pessoa que sou, obviamente, produto das melhores castas da Beira Alta.
Finalmente, com quase uma hora de atraso...lá fomos, para Frankfurt.
Eu, sempre, de trombas.
Ninguém teve a amabilidade, delicadeza, profissionalismo...o que quer que se chame a isso ... de nos dar uma explicação ou pedir desculpa.
Nem quando lhes dissemos que tínhamos um voo de Frankfurt para o Porto e lhes pedimos que contactassem a Luftansa ou que nos deixassem passar para bancos da frente.
Íamos mesmo na cauda do avião e, só para sairmos, demoraríamos meia-hora.
O funcionário que estava a ler uma revista tipo Hola, lá no canto dele, olhou para mim com ar estúpido, sorrriu de forma amarela e disse que ia correr tudo bem...que já lá estavam à nossa espera.
Muito duvidoso...
E assim ficámos esclarecidos.
Claro que nada correu bem.
Quando chegámos, já o avião para o Porto tinha saído há dez minutos.
Raiva pela nossa impotência e pela incompetência deles ... sempre com o mesmo sorriso idiota.
Não nos voltam a apanhar na companhia Aegean (acho que é assim ou parecido).
Depois foi o que se imagina - 7 horas à espera de novo voo para o Porto.
Ainda por cima, fuma-se naqueles cubículos tipo gaiolas de animais perigosos.
A mim, só me apetece dizer adeus a quem passa.
Depois de já ter dormido esticada em cima de 3 bancos, de ter ido lavar as mãos cento e cinquenta vezes, de ter bebido vários cafés, de ter terminado mais um cachecol, de ter comido quase um chocolate enorme inteiro, de ter terminado o último livro do Helder Macedo - Natália (que não apreciei como os outros) e de ter visto aterrar 527 aviões, lá embarcámos.
Como ainda era dia 13 - 23h 45min.- tinha que surgir mais qualquer coisinha.
Depois de um voo sossegado e sem sobressaltos, o avião fez-se à pista do aeroporto Sá Carneiro (fraco nome para aeroporto!).
Quase a sentir já o safalto, não é que o avião "acelerou" e voltou a subir? E nós a vermos o Porto, outra vez, de lá de cima. E eu a ver que já íamos para Lisboa.
"Borregou", disse o manel que é muito entendido nestas coisas de viajar...
O.K.
Pela explicação do alemão que ia ao volante, e que tinha uma pronúncia intragável e incompreensível de inglês, parece que estava um avião a acabar de levantar, ainda muito próximo da pista ou que o vento não estava de feição.
Ninguém percebeu...
Depois dumas voltas lá por cima, aterrou de mansinho.
O resto correu bem; as 3 gatas estavam à nossa espera, sentadas nas escadas.
Só temia que os bolos que trouxe da Grécia e que se chamam Vaclava, estivessem estragados depois de 7 horas num aeroporto quente e abafado.
Mas não; estão bons.
Fiz esta viagem, há muitos anos e sem contratempos, com o David.
Andámos, por lá, os dois à procura de um bouzouki.
Desta vez, passeei-me, só eu, pelos mesmos lugares; os mesmos sons, os mesmos aromas. Os olhos verdes do meu filho a confundirem-se com o azul do mar.
A saudade, levei-a e trouxe-a...intacta.

Sons da Grécia

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Semana curta

Agora é que vai ser, mesmo, a passo de caracol....
A semana que, hoje, se inicia é curta, quanto a aulas.
Ou seja, é só esta segunda-feira.
Depois ... o mar azul de Creta. Os deuses do Olimpo, o labirinto em Heraklion e o Minotauro, oliveiras com milhares de anos, os golfinhos azuis pintados nos azulejos, o berço de Zeus, o mar tão transparente e os aromas tão do agrado do meu filho...
Não, não vou faltar; estejam descansados.
Limito-me a aproveitar estes feriados de 10 e 11.
Nos outros dias, não tenho aulas.
Não haverá, portanto, grande avanço nos trabalhos.
Mas vou colocando aqui o que fui fazendo; é sabida a minha aversão a papéis.



Sumários de Socialização EFA7

sábado, 6 de junho de 2009

Aulas de substituição!!!



Por aqui continuo.
A passo de caracol...mas volto sempre.
Esta semana, as coisas não correram muito bem, lá pela escola, comigo.
Já me apercebi de que não tenho "Chamemos-lhe ânimo" para lidar com os alunos de dia.
Os alunos adolescentes, os alunos irreverentes, os alunos que já sabem tudo e não precisam de qualquer tipo de ajuda, embora não tenham resultados posiivos na disciplina de Língua Portuguesa.
Fui professora do currículo dito normal, durante 33 anos.
Sempre houve uma boa relação entre mim e os alunos.
Nunca tive qualquer problema "disciplinar".
Gostavam de mim e eu deles; vivíamos na paz dos anjos.


Infelizmente, eu já não sou a professora de há 3 anos atrás.
Metade de mim anda ausente; perdi a "genica" e o entusiasmo. era mesmo entusiasmo. Adorei ser professora, gostava dos "miúdos",sobretudo dos difíceis, dos que dão luta...
Mas essa já não volta. A prova disso é a aula de substituição que tive que dar a uma turma do 8F. São alunos que não conheço.
Deviam estar a ter aula de E.V.
Não estavam interessados na minha ajuda para o teste de Português que teriam a seguir.
Alguns ouviam música nos MP3; outros faziam figura de corpo presente; três ou quatro meus antigos alunos pediam-me que esclarecesse dúvidas, o que fiz; 4 meninas trocavam informações (sabe-se lá de quê!!)...


Aborreci-me.
Tirei o MP3 ao "dono que ficou furioso e foi a protestar para o lugar;
um outro mais chateado saiu "naturalmente"...
E eu que fiz?
Nada!!!!!
Não tenho força anímica para estes confrontos.
Antes tinha!!!
O desânimo não ajuda...
Por isso, não estou, ainda, preparada para o ambiente de dia.
O barulho confunde-me.
Não me concentro.
Não tenho paciência para ...


Os cursos da noite são o meu refúgio.
Aí, sinto-me bem; há sossego, trabalha-se.
E se, por acaso, me assaltam as saudades do meu filho ... posso, por um bocadinho, pensar nele, sem que a turma fique em alvoroço.
Não sei até quando haverá cursos EFA nocturnos.
Ainda não estou preparada para o dia.


E os alunos da noite vão trabalhando, devagar, às vezes, porque vêm cansados do trabalho,
mas trabalham.
Aqui ficam mais alguns.

EFA4-Zé
Deficientes PPT


Luz EFA7 - Contador de Histórias

E chega de lamentos. Gosto do que faço à noite. Gosto dos alunos da noite.
Aulas de substituição, sem que o professor que falta deixe material para os alunos trabalharem, são demais para a minha cabeça.
Que anda sempre, meio cá e meio lá.
Já sabem onde...