segunda-feira, 15 de junho de 2009

Um planeta azul

Cá estamos!
Vinha com receio que o Miguel já não me fizesse o sorriso do costume, depois de 5 dias de ausência.
Receio injustificado.
Hoje, quando chegou, sorriu abertamente ... primeiro, para as gatas, claro, e, depois, para mim.
Está certo!


A vida tem andado agitada pela escola; são as obras de requalificação, é o ano lectivo a chegar ao fim e a mista de concurso/eleição do novo Director.
Comecei a dar aulas, em 1974; tinha 19 anos e o meu pai teve que me dar emancipação!
Ainda fui recebida por um Director.
Simpático, por acaso.
Agora, ao fim de 34 anos, regressamos ao sistema do Director que escolhe todos os coordenadores de estruturas de gestão intermédias.
O único órgão que é eleito pelos professores é o Conselho Geral.
Foi, portanto, eleito o Director da minha escola; aliás, Directora, Manuela Machado, actual vice-presidente.
Foi candidata juntamente com outros dois professores; um da nossa escola e a outra pertencente a outra escola.
Eu integro este Conselho Geral que a elegeu, juntamente com mais seis professores, dois representantes do pessoal não-docente, três representantes da Autarquia, quatro representantes das associações de pais e encarregados de educação, 2 representantes de instituições, organizações e actividades de carácter económico, social, cultural e científico.
Estas decisões são sempre difíceis, sobretudo, agora, em que parte desta responsabilidade
cai, apenas, sobre 7 professores.
Estamos sujeitos, também, às críticas dos outros colegas.
Porque não soubemos escolher... É um risco.
Mas, enfim, esperamos que tudo corra bem.
O mandato é de 4 anos.
Quem se candidata sabe que corre o risco de perder...
Mas se as pessoas não assumissem desafios, nada evoluiria ou mudaria.
Dou, portanto, os meus parabéns a quem se candidata.

Mudando de assunto...
Este mês acumula-se o trabalho porque há imensos feriados (não me queixo!).
As turmas finalistas do 2º ano andam atarefadas com a conclusão dos temas que escolheram sobre a Sustentabilidade deste nosso planeta, 3º a contar do Sol.
Ainda não tenho nada actual para, aqui, colocar. Vou concluindo a pintura desta casa simples, com poemas e canções a propósito da Terra, do azul do Céu, da Paz.
A passo de caracol, claro!
Num planeta ainda azul ... mas ainda sem paz.

Rosa de Hiroshima

Composição: Vinícius de Moraes / Gerson Conrad

Ney Matogrosso


Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada


A Paz

Composição: Gilberto Gil & João Donato

Gilberto Gil


A paz invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais

A paz fez um mar da revolução
Invadir meu destino; A paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz

Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz

Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"

1 comentário:

jaime latino ferreira disse...

PAZ


A Paz
Pinta-se de fresco
Por quem a diz
A escreve
E sente
Chora
E faz por ela
A rega como planta
E a namora
Rosa
Átomo
E a traz
Como se fosse criança
Mulher
Que faz
Erguer-se
Em altar
Num livro
Que sangra
E satisfaz


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 15 de Junho de 2009