sexta-feira, 6 de março de 2009

Criando raízes




Mais uma semana chegou ao fim.
Vou-me afeiçoando à escola, à noite. O grupo de professores que dão aulas aos EFA é muito simpático. Está-se bem neste ambiente.
Inicialmente, optei pela noite para poder dar apoio ao David...
...
Agora, é como se toda a vida tivesse trabalhado assim.
Vou-me afeiçoando aos alunos e, não tarda nada, o ano está a acabar.
Mesmo aqui, na escola, o tempo (o meu tempo) corre de forma estranha.
A falta que o David me faz transforma, por completo, a minha noção de pertença a um espaço ou a um lugar.
Continuo a flutuar, um pouco ausente de tudo. Tenho, muitas vezes, dificuldade em me situar e perco-me. Vale a compreensão de todos - alunos e professores.
As aulas com os alunos da noite funcionam como a âncora que me prende ao exterior de mim.
Faltei no final do 1º período. A época de Natal afectou-me muito.
Todos ficam assustados quando eu me vou assim abaixo.
E fico encolhida no meu canto.
De casa, empurram-me; a Clementina puxa-me, da escola.
E lá me vou equilibrando.


Esta semana foi curta em termos de desenvolvimento dos trabalhos.
Assim, na 2ª feira...
Na EFA2 - Auxiliar de Acção Educativa - continuámos a analisar e a "desmembrar" o documento do M.E. sobre os objectivos da educação pré-escolar.
Cada ponto ou alínea é lido por mim ou pelos alunos e é, inicialmente, abordado do ponto de vista lexical e semântico.
Há palavras difíceis cujo significado os alunos desconhecem e não se pode avançar, sem que esssa questão fique esclarecida.
Depois, avançamos para a ideia central de cada ponto. Trocamos tudo "por palavras nossas" ou "em miúdos" e usamos palavras "menos caras"...
Só então, depois de esclarecidas todas as dúvidas, é que registamos, no quadro ou nos cadernos diários, e com frases simples, o objectivo em análise.
Para cada objectivo, traçamos sugestões de competências a desenvolver nas crianças e uma possível actividade ou estratégia que nos conduza à concretização do que está previsto.
São sempre avançados exemplos do trabalho a desenvolver na sala.
A Amélia que trabalha num infantário colabora, dando-nos uma visão mais realista do que se faz e de como se faz.
A vida de quem trabalha com as crianças é bem difícil. Fiquei com a ideia de que não param...
Será, aqui, colocado o documento colectivo, simples mas exemplificativo da forma como abordámos a questão.

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