sábado, 6 de agosto de 2011

Como se vê, mantém-se a minha indecisão sobre o destino a dar a esta página.
Mais escola, não. É uma fase da vida com que praticamente cortei, apesar de me ter sentido realizada como professora e manter o contacto com muitos dos meus alunos.
Alguns já pais de filhos, outros a tê-los, brevemente.

Apesar de me ter também dedicado a alguma investigação na área da eficácia e qualidade na escola e de ter, inclusivamente, publicado um livro ... não é actividade a que conte regressar.
É necessário ter uma grande dose de entusiasmo e manter um trabalho regular de pesquisa, para estar actualizada.

A minha vida, a morte do David ... deixaram-me perdida.

Mas gosto deste espaço, gosto do nome deste blog.
Gosto de escrever, com regularidade.
Que poderei fazer dele?
De que coisas gosto que possa incluir aqui?
Vou continuar a pensar.
Logo se verá.

Hoje, fica um site que visitei sobre lãs.
Porque de lãs e de trabalhos em lã ... aprendi a gostar, enquanto acompanhava o David, nas esperas das urgências, nas esperas dos tratamentos.
E ficou-me o gosto pelos trabalhos em lã.

http://www.coatscrafts.com.pt

Vão ver. É bonito.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Receitas de pudins

Apesar de ser uma razoável cozinheira, nunca soube fazer pudins. Ando a treinar, com receitas simples.
Vou experimentar um e logo verei como sai.

1/2 litro de leite
5 ovos
200 g de miolo de pão
1/2 cálice de vinho do Porto
4 colheres de sopa de acúcar

Demolhar o pão no leite. Triturar. Misturar ovos com o açúcar e bater. Vinho do Porto. Juntar o miolo de pão triturado.
Forma untada com caramelo, preparado lá para dentro.
Vai ao forno, em banho-maria.
Mais ou menos 40 minutos.
O resto é o trivial.

Mezzo

Com o David, fui ganhando o hábito de ver a Mezzo. Às vezes, repetem programas até à exaustão. Outras vezes, não! Ou fui eu que andei arredada.
Ontem, já sem o meu eterno crochet e de portátil fechado ... assisti a um concerto "engraçado" de um grupo intitulado "Les primitifs du futur". Gostei.
Aqui fica uma música.


Decidi!

Decidi não fechar este blog! Tal como acontece com o outro, talvez só eu e mais alguns aqui venhamos. Não interessa!
Tenho a mania dos diários sobre tudo e mais alguma coisa que faça.
É isso, portanto, que vou fazer. Novo diário. Não sobre o meu filho David; a Casa da Venância é dele.
Este poderá ter fotografias, venda de golas, receitas de que gosto...etc
Ver-se-á. 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Passado

Passado um ano, volto aqui.
Não sei bem para que poderá servir este blogue, agora que estou afastada da escola, de baixa pela Junta Médica. Agora que tendo a ser ex-professora.
Quando criei este blogue, num momento em que me parecia que ia ser capaz de regressar à normalidade, tinha intenção de publicar trabalhos dos meus alunos da noite e material que eu fosse produzindo.
Serviria para mim ou para outros que os quisessem utilizar.

O título pareceu-me adequado. Ainda me parece simpático e custa-me abandoná-lo.
Já pensei muitas vezes fechá-lo...
Mas que fazer dele? Vir aqui uma vez por ano!
É no outro, da Casa da Venância, que continuo concentrada.

Tenho a vida em suspenso.
Acho que não regressarei à escola.
Ainda não decidi o que fazer ... se é que alguma coisa posso fazer.
Durante 36 anos servi a escola. Como uma segunda casa.
Servi os meus alunos. Quase como filhos adoptivos.
E agora?
Depois desta tempestade que foi a morte do meu filho?
Acompanhei-o durante 24 horas, durante 18 meses ... na esperança, no desânimo, na tentativa de viver cada dia, na morte dele ...
Fiquei sem forças.
Até pensar é doloroso ...
De certa forma, fechei-me em casa. É o meu refúgio; o meu abrigo.
Uma forma de evitar encontros.
A vida lá fora pouco me diz.
A escola, onde vou, às vezes, é um sítio barulhento e confuso. Encolho-me, ao passar nos corredores!
O tempo de intervalo é curto. Não chego a ter uma conversa completa com os colegas. E saio com a sensação de ser um corpo estranho, naquele ambiente.

Não vou regressar. Para sair daqui a três anos? Sair pela "porta do cavalo"?
Não posso. Não o mereço!

E este blogue?
Enquanto não decido se o fecho ou não, talvez lhe mude o visual; talvez aqui ponha músicas, talvez aqui ponha os meus cachecóis, as minhas golas; talvez poemas ...
Vou tentar.