Por aqui continuo.
A passo de caracol...mas volto sempre.
Esta semana, as coisas não correram muito bem, lá pela escola, comigo.
Já me apercebi de que não tenho "Chamemos-lhe ânimo" para lidar com os alunos de dia.
Os alunos adolescentes, os alunos irreverentes, os alunos que já sabem tudo e não precisam de qualquer tipo de ajuda, embora não tenham resultados posiivos na disciplina de Língua Portuguesa.
Fui professora do currículo dito normal, durante 33 anos.
Sempre houve uma boa relação entre mim e os alunos.
Nunca tive qualquer problema "disciplinar".
Gostavam de mim e eu deles; vivíamos na paz dos anjos.
A passo de caracol...mas volto sempre.
Esta semana, as coisas não correram muito bem, lá pela escola, comigo.
Já me apercebi de que não tenho "Chamemos-lhe ânimo" para lidar com os alunos de dia.
Os alunos adolescentes, os alunos irreverentes, os alunos que já sabem tudo e não precisam de qualquer tipo de ajuda, embora não tenham resultados posiivos na disciplina de Língua Portuguesa.
Fui professora do currículo dito normal, durante 33 anos.
Sempre houve uma boa relação entre mim e os alunos.
Nunca tive qualquer problema "disciplinar".
Gostavam de mim e eu deles; vivíamos na paz dos anjos.
Infelizmente, eu já não sou a professora de há 3 anos atrás.
Metade de mim anda ausente; perdi a "genica" e o entusiasmo. era mesmo entusiasmo. Adorei ser professora, gostava dos "miúdos",sobretudo dos difíceis, dos que dão luta...
Mas essa já não volta. A prova disso é a aula de substituição que tive que dar a uma turma do 8F. São alunos que não conheço.
Deviam estar a ter aula de E.V.
Não estavam interessados na minha ajuda para o teste de Português que teriam a seguir.
Alguns ouviam música nos MP3; outros faziam figura de corpo presente; três ou quatro meus antigos alunos pediam-me que esclarecesse dúvidas, o que fiz; 4 meninas trocavam informações (sabe-se lá de quê!!)...
Aborreci-me.
Tirei o MP3 ao "dono que ficou furioso e foi a protestar para o lugar;
um outro mais chateado saiu "naturalmente"...
Tirei o MP3 ao "dono que ficou furioso e foi a protestar para o lugar;
um outro mais chateado saiu "naturalmente"...
E eu que fiz?
Nada!!!!!
Nada!!!!!
Não tenho força anímica para estes confrontos.
Antes tinha!!!
Antes tinha!!!
O desânimo não ajuda...
Por isso, não estou, ainda, preparada para o ambiente de dia.
O barulho confunde-me.
Não me concentro.
Não tenho paciência para ...
O barulho confunde-me.
Não me concentro.
Não tenho paciência para ...
Os cursos da noite são o meu refúgio.
Aí, sinto-me bem; há sossego, trabalha-se.
E se, por acaso, me assaltam as saudades do meu filho ... posso, por um bocadinho, pensar nele, sem que a turma fique em alvoroço.
Não sei até quando haverá cursos EFA nocturnos.
Ainda não estou preparada para o dia.
E os alunos da noite vão trabalhando, devagar, às vezes, porque vêm cansados do trabalho,
mas trabalham.
Aqui ficam mais alguns.
EFA4-Zé
Deficientes PPT
Luz EFA7 - Contador de Histórias
E chega de lamentos. Gosto do que faço à noite. Gosto dos alunos da noite.
Aulas de substituição, sem que o professor que falta deixe material para os alunos trabalharem, são demais para a minha cabeça.
Que anda sempre, meio cá e meio lá.
Já sabem onde...
Aulas de substituição, sem que o professor que falta deixe material para os alunos trabalharem, são demais para a minha cabeça.
Que anda sempre, meio cá e meio lá.
Já sabem onde...
3 comentários:
ISABEL VENÂNCIO
Minha Querida,
Aprecio esta Sua frontalidade!
Este Seu poder auto-crítico ...
Nele reside a essência de um bom, de uma boa professora:
Saber dar-se conta das suas limitações!
Quando se perde esta capacidade, aí sim, está tudo perdido ...
Depois, concordo Consigo, há um tempo para tudo!
As crianças exigem tanto de nós que há, parece-me e independentemente dos contextos particulares como o Seu (!), um tempo de vida útil que tem, mas não é tido em consideração, na abordagem da vida de um professor na Escola e, sobretudo, no contexto da sala de aula!!!
Eis um interessantíssimo assunto negligenciado, na abordagem pedagógica!
Hélàs!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 7 de Junho de 2009
Minha querida
Vou, por vezes, ver a sua casa da venância. É ali que se revela toda a sua faceta de grande humanidade.
Mas, realmente, não se pode dividir em duas; é evidente que a professora se sente afectada pela mãe a quem morreu um filho.
Pedir o contrário seria pura crueldade.
Quem não compreende que se sinta debilitada perante uma turma de jovens adolescentes, barulhentos e irreverentes, é cego e desumano.
Atrevo-me, mesmo, a criticar que lhe atribuam tal tarefa, sabendo, como é possível que saibam, do seu cansaço, da sua fragilidade.
Tem destas coisas, a actual vida de professor...
Eu dou-lhe os meus parabéns.
Tal como o Jaime Latino diz, o seu profissionalismo revela-se na frontalidade com que conta uma situação difícil.
Outros,...muitos que conhecemos diriam "Correu bem."!!!!
Gosto de a ler ler nos dois blogues.
Um abraço
Amélia
Olá professora
Não fique triste por não ter corrido bem a aula com os catraios.
Só quem não a conhece e nunca foi sua aluna, acredita que a prof é das tais em que a aula é uma balda.
A professora é das melhores coisas que me aconteceram.
Nunca vou esquecer o seu conselho, na última aula que tivemos. Disse-nos que devíamos ser sempre curiosos; porque é a curiosidade que nos torna mais cultos e mais capazes de compreender e mudar o Mundo.
Gosto muito de si e compreendo que não tenha aquele seu entusiasmo de sempre.
Ainda me lembro de nos mandar pôr uma pala no olho, uma pena numa mão, um livro antigo na outra e nos pedir que declamássemos dos Lusíadas aquilo que quiséssemos. Ou que dramatizássemos um episódio.
Foi divertido; eu fiz de Inês de Castro e até "sangue" (ketchup) derramei pelo chão...quando me cortaram a cabeça!
Graças a si, nunca detestei os Lusíadas nem tive medo de escrever.
Obrigada, professora.
Um beijo.
Sílvia
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